Nesta Edição #08
Dois mogianos estão entre os seis candidatos que irão disputar o comando da Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) durante o próximo triênio, na eleição que acontecerá no próximo dia 21 de novembro, das 9 às 17 horas, a primeira da história da entidade com votação totalmente online.
Os advogados Carlos Kauffmann e Leonardo Sica, integrantes de conhecidas famílias de Mogi das Cruzes, estão na disputa contra os também candidatos Paulo Roberto Quissi, Renato Ribeiro de Almeida, Alfredo Scaff Filho e Caio Augusto Silva dos Santos (que tem o presidente da 17ª Subseção de Mogi, advogado Dirceu Augusto da Câmara Valle, como um dos candidatos a conselheiro titular da OAB-SP).
Cada chapa que irá disputar os votos de 385.309 profissionais (191.073 mulheres e 178.806 homens) inscritos na OAB-SP será composta por cinco integrantes da Diretoria, 85 candidatos titulares ao Conselho Seccional e 90 candidatos ao Conselho Federal, todos com suplentes; além de cinco titulares e respectivos suplentes para a Diretoria da Caixa de Assistência aos Advogados de São Paulo (Caasp).
Com o sistema de votação via internet, a OAB espera facilitar todo o processo eleitoral, que inclui também a contagem dos votos e proclamação dos eleitos.
No dia da eleição, os advogados poderão acessar o portal de votação a partir de qualquer dispositivo ligado à internet, seja celular, computador, tablet, ou outro, sem necessidade de deslocamento. O sistema vai permitir ao usuário a escolha de uma das formas de autenticação como fator de segurança.
Para os profissionais que não dispuserem de acesso à internet, no dia da eleição serão oferecidas urnas instaladas nas subseções e na sede da Capital, à rua Maria da Penha, 35.
Leonardo Sica
Voz em defesa da advocacia
Atual vice-presidente da Seccional São Paulo da OAB, o mogiano Leonardo Sica, 50 anos, é o encabeçador da chapa “OAB Sempre em Frente”, ao lado da candidata a vice, advogada Daniela Marchi Magalhães.
“Léo”, como é conhecido, quer chegar ao comando da entidade para colocar em prática uma série de ações que deverão avançar e complementar o trabalho realizado nos últimos anos ao lado da atual presidente, Patrícia Vanzolin, que também integra a chapa, concorrendo à vaga de conselheira federal.
Filho do casal Samira e Geraldo Sica, neto do ex-prefeito de Mogi por quatro mandatos, Waldemar Costa Filho, e sobrinho do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, menino que perdeu a mãe em um acidente de carro aos 5 anos, respirou política durante toda sua infância e juventude, enquanto estudava e curtia a cidade e os amigos, até concluir o ensino médio como um dos primeiros alunos do Colégio São Marcos.
Entre as lembranças, ainda permanecem a Festa do Divino, “que está até hoje em minha vida, já que todo ano compareço com meus três filhos”, assim como os finais de semana no Clube de Campo, “que foi o lugar onde passei de criança para adolescente”.
Aos 17 anos, ele chegava a São Paulo para se formar advogado, em 1996, pela Faculdade de Direito da USP, onde se tornaria doutor e mestre em Direito Penal.
A disposição para as disputas eleitorais dentro da categoria logo o conduziu ao cargo de presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, em 2015, antes de se tornar integrante da Comissão de Prerrogativas da OAB. Foi ainda diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), coordenador da Comissão de Novos Advogados do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), além de autor e coautor de vários livros relativos a questões específicas do Direito, entre eles o “Código de Direito Penal Interpretado”, da Editora Manole.
No final de 2017, quando já sentia o distanciamento da OAB da categoria dos advogados, um encontro com a amiga Patrícia Vanzolini acabou resultando no lançamento de uma chapa que se tornou vitoriosa na eleição do ano seguinte. Patrícia tornou-se a primeira mulher a presidir a OAB-SP, após o lançamento do Movimento 133, inspirado no número do artigo da Constituição Federal que contempla a advocacia e a torna “uma profissão diferente, especial, relevante a toda sociedade”, como lembra o atual vice-presidente da entidade.
Com esposa e filhos
Leonardo Sica acredita que o idealismo daquele grupo vitorioso ainda persiste até os dias atuais. “Falamos muito em eliminar barreiras, abrindo comissões e facilitando o acesso à entidade com a redução da anuidade e a adoção do cashback retiramos entraves financeiros; levando a OAB para o interior, eliminamos distâncias. Passamos os últimos anos eliminando barreiras e construindo pontes. Agora, precisamos alargá-las ainda mais e passar por elas com muito mais gente”, afirma ele.
Se eleito presidente, ele pretende ampliar o programa Anuidade de Volta para que o cashback da parcela paga pelos profissionais seja transformado em créditos para cursos de extensão e pós-graduação oferecidos pela Escola Superior de Advocacia da OAB.
Outra preocupação do candidato é o resgate da importância da profissão. “O advogado tem de voltar a ser o grande protagonista do sistema de Justiça e o grande defensor do direito cidadão; pois hoje em dia o cidadão acha que o grande defensor do direito dele é o promotor. Mas somos nós, os advogados”, argumenta ele.
“O nosso projeto e, acima de tudo, o nosso sonho é recuperar e atualizar a relação entre a OAB e a advocacia. Desde a última eleição, eu percorri o Estado de São Paulo e, conversando com advogados, a gente percebe uma relação de indiferença entre a OAB e a advocacia”, afirma o candidato, que promete também “maior transparência” na utilização de seus recursos.
“Nós temos que resgatar também a vontade da classe de participar da política institucional. Mas isso só acontecerá se a OAB for representativa e, antes de tudo atender às necessidades e anseios da advocacia. Precisa estar forte no balcão do fórum para cumprir o seu papel político-institucional de garantir a democracia”, garante ele. @sicaleo
Carlos Kauffmann
por uma OAB representativa
A chapa “Kauffmann e Lucineia – OAB Unida”, primeira a se inscrever para disputar o comando da Seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil nesta eleição, é encabeçada pelo advogado criminalista mogiano Carlos Kauffmann, 55 anos, nascido na antiga Maternidade Mãe Pobre e que integra uma família de advogados. Seu pai, o veterano Mário Kauffmann, aos 88 anos, ainda está na ativa e é considerado um dos mais respeitados advogados trabalhistas da cidade, onde atua ao lado de seu outro filho, Paulo Kauffmann. Casado com Daniela, também advogada, Carlos é pai de três filhos, os dois mais velhos já cursando Direito na PUC-SP.
Depois de passar a infância e juventude desfrutando as delícias da vida na região da Serra do Itapeti, onde a família possuía um sítio, e após haver estudado em escolas como NEC, Institutos Dona Placidina e Washington Luís, Colégio Santa Mônica e Escola Galdino Pinheiro Franco, Carlos mudou-se para a Capital, depois de aprovado na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica, a PUC paulista. A mesma instituição que lhe permitiria o ingresso na carreira de professor universitário, após a formatura, em 1992. O mestre e professor de Processo Penal ainda continua dando aulas na PUC.
Sempre sob a inspiração do pai, ele enfrentou as dificuldades inerentes ao início de carreira como estagiário e, por muito pouco, não teve de vender o seu velho carro para manter o escritório recém-aberto na Capital. Um trabalho surgido no dia do anúncio da venda lhe assegurou a manutenção da condução e abriu caminho para que o Kauffmann e Soares Advogados, montado com o sócio Marcos Soares, se tornasse um dos mais respeitados e procurados escritórios de advocacia criminal de São Paulo.
O gosto pela atividade corporativa logo o conduziu na direção da entidade representativa da categoria, a Seção São Paulo da OAB, onde atuou como conselheiro durante três gestões, foi presidente do Tribunal de Ética e Disciplina, além de ter sido um dos fundadores do Núcleo de Valorização da Advocacia.
Com o pai Mario e o irmão Paulo Kauffmann
A participação ativa junto à categoria o conduziu, por insistência de seus pares, à condição de candidato a presidente com a proposta de valorização da classe dos advogados e resgate do respeito que, segundo ele, a categoria vem perdendo ao longo das últimas décadas, especialmente no pós-pandemia. E ele fez questão de lançar a ideia numa reunião, em Mogi das Cruzes.
“A OAB tem de saber que está distante da advocacia e trazer de volta a advocacia para a entidade; precisa ajudar o advogado, mas para isso é necessário separar a política da gestão. Enquanto as pessoas que lá estão mantiverem o apego ao poder e continuarem nos cargos, a OAB não vai se desenvolver e recuperar o protagonismo demonstrado em grandes episódios do cenário nacional, como no impeachment de Collor e na busca das eleições diretas para presidente”, afirmou Kauffmann, em recente entrevista ao “DV Cast”.
Entre as propostas de sua chapa – que tem como vice a doutora em Direitos Humanos pela PUC, advogada Lucineia Rosa dos Santos – estão a recuperação do poder institucional da entidade junto ao Judiciário e outros segmentos; o fortalecimento das subseções, por meio da autonomia financeira que virá das câmaras de negociação e conciliação a serem criadas. A fiscalização das atividades ilícitas e abusivas dentro da categoria; contenção de faculdades de Direito com deficiências no ensino, com criação da Diretoria de Ensino Jurídico, com participação dos diretores de faculdades, entre inúmeros outros.
“O mercado de trabalho saturado cria um ambiente de tensão, especialmente entre os novos advogados, por isso, iremos nos preocupar especialmente com isso, ao mesmo tempo em que lutaremos para resgatar o respeito que desfrutavam os profissionais do passado, como na época de meu pai. Meus filhos estudam Direito e eu não quero que os nossos filhos sejam desvalorizados por uma profissão que eles escolheram, a qual, em minha opinião, é a mais bonita que existe, quando colocada a serviço da sociedade, do ser humano. Mudanças são necessárias e nós estaremos dispostos a implementá-las”, assegurou Carlos Kauffmann. @carlos.kauffmann
Hiperdesastre
O fim das atividades do Hipercap Alto Tietê, o título de capitalização que semanalmente sorteava prêmios para a região, representou também um duro golpe para as finanças sempre abaladas da Santa Casa. Nesta segunda-feira (28), o provedor do hospital, José Carlos Petrecca, e seu diretor Financeiro, Moacir Teixeira, foram oficialmente comunicados da suspensão das vendas do título por um dirigente do Hipercap, que teria alegado prejuízos causados pela concorrência predatória de planos semelhantes. Como uma parcela da venda dos títulos era destinada ao hospital, o volume de cerca de R$ 300 mil por mês, reduzido há pouco para R$ 120 mil, vai fazer falta ao orçamento da Santa Casa.
Operação retorno
O retorno à Prefeitura de Mogi do arquiteto João Francisco Chavedar é dado como certo por fontes bem informadas, ligadas à transição do governo municipal. Após 16 anos no cargo de secretário do Planejamento dos prefeitos Junji Abe e Marco Bertaiolli, o profissional vem prestando serviços à incorporadora Helbor, do empresário Henrique Borenstein que, questionado sobre o assunto pela coluna, afirmou: “Quem deve responder sobre isso é ele; eu não tenho a menor ideia. Se for, desejo sucesso muito grande a ele, que é um bom profissional. A Prefeitura ficará bem servida, enquanto para nós, será mais um que teremos de trocar, o que é algo normal numa empresa do nosso porte”, concluiu.
Onde há fumaça...
Após participar da fase de preparação da então candidata Mara Bertaiolli para a campanha, a presença de Marcos Regueiro na futura Secretaria de Gestão era dada como favas contadas. Mas eis que o funcionário de carreira do município de Mogi, surpreendentemente, mas com a finesse e educação que sempre o caracterizaram, denegou o convite, preferindo continuar atuando junto à Prefeitura de Arujá, onde passou os últimos quatro anos. Com a decisão, muitos passaram a achar fundamento em boatos dando conta de que Regueiro estaria sendo preparado pelo prefeito reeleito com mais de 94% dos votos, Luiz Camargo (PSD), para sucedê-lo no cargo, nas eleições de 2028. A conferir.
Interrogações
Meninas dos olhos da futura prefeita Mara e de seu vice, Téo Cusatis (PSD), as secretarias de Educação e Saúde, especialidades de ambos, concentram a maior expectativa dos mogianos, que esperam ver os dois setores funcionando a mil. Mas, pelo menos até agora, somente especulações continuam envolvendo os nomes de futuros ocupantes para as duas pastas.
Os sem-Natal
Por esta o prefeito José Luiz Eroles Freire, o Zé (PL), não esperava. Após suspender o principal evento turístico de sua cidade, o Guararema Cidade Natal, alegando falta de recursos, os comerciantes se rebelaram e foram para as ruas protestar contra a medida, um fato pouco comum na pacata cidade. Zé não viu o protesto. Partiu de férias para o exterior, logo após baixar a medida e deixou a bomba para seu vice, Odivane Rodrigues (PL).
Futuro incerto
Um assunto, verdadeiro tabu para muita gente, vai fatalmente acabar no colo da futura prefeita Mara Bertaiolli (PL): o futuro do Semae. Sem estrutura e nem condições econômico-financeiras para acompanhar o crescimento da cidade, o serviço autônomo de águas esgotos, um patrimônio mogiano, está cada dia mais dependente da Sabesp, atualmente privatizada. Do atual prefeito Caio Cunha (PODE) ao ambientalista José Arraes, todos concordam que algo terá de ser feito com a autarquia. Mas se vai ser privatizada ou concedida a alguma empresa privada é algo que caberá à prefeita eleita avaliar e decidir. Ouvindo técnicos e... a população, é claro.
Parecem, mas não são
À primeira vista, os dois parecem ter sido separados no nascimento. Mas não foram e nem parentes são. A semelhança fica apenas na imagem física. Na Câmara de Mogi, os vereadores Edson Santos e Osvaldo Antonio da Silva seguem rumos bastante distintos. Edson é do PSD e católico, enquanto Osvaldo é do Republicanos e pastor evangélico.
Valdemar, o vitorioso
O Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, fechou as eleições municipais deste ano com o maior número de votos entre os partidos, foram 15,7 milhões de votos ao todo. Apesar do resultado, o PL ficou distante da previsão do presidente nacional Valdemar Costa Neto, o Boy (como é conhecido em sua terra natal Mogi das Cruzes). No Alto Tietê, o PL conquistou a maior cidade do estado (tirando a capital paulista), que é Guarulhos, com o jovem Lucas Sanches, de 28 anos, que sai da vereança para assumir a cidade com a responsabilidade de administrar 1.291.784 habitantes. E os maiores municípios da região, como Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano, Guararema e Biritiba Mirim.
Condemat com o Delegado
Valdemar definiu como o grande “craque” das eleições o delegado Eduardo Boigues, que foi reeleito com 91,7% dos votos válidos em Itaquá e tornou-se a figura mais elogiada pelo presidente nacional do PL. Para condecorar a vitória, o delegado deve ser eleito como presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), no início de janeiro. Além disso, o delegado está analisando a possibilidade de ser candidato a deputado federal em 2026, com o aval de Valdemar. Boigues deve escolher como sua dobrada oficial na região como candidato a deputado estadual, seu secretário de Governo e Obras da Prefeitura, Marcello Barbosa, um jovem de 36 anos, que é o seu braço direito na administração da cidade e nos bastidores políticos. Marcello Barbosa é jornalista, empreendedor, atua na política há muitos anos e é o presidente do Republicanos de Itaquá.
O Samurai de Suzano
Rodrigo Ashiuchi, que elegeu em Suzano o seu sucessor Pedro Ishi com mais de 80% dos votos, também está na lista de candidatos fortes para ser deputado estadual ou federal. Quando questionado no Radar Noticioso da Rádio Metropolitana AM 1070, o samurai – como é chamado carinhosamente pelas lideranças André do Prado (deputado estadual e presidente da Alesp) e Marcio Alvino (deputado federal) – afirma que seu futuro político vai ser decidido por Valdemar Costa Neto. No entanto, Boy já contou na mesma bancada que “Rodrigo Ashiuchi pode ser o que ele quiser”.
Fortalecer o jovem,
a educação
e a mulher
A vereadora mais votada de Mogi das Cruzes, Malu Fernandes (PL), 24 anos, formada em Administração Pública e mestranda em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem como uma das principais prioridades para o seu segundo mandato, que terá início em 1º de janeiro de 2025 na Câmara Municipal, avançar no trabalho por políticas públicas que protejam e fortaleçam a população feminina, a juventude e a educação.
Com 5.089 votos nas eleições municipais de 2024, Malu já havia alcançado uma marca importante na política da cidade, em 2020, como a mais jovem vereadora eleita em Mogi. Na ocasião, aos 20 anos, recebeu 1.648 votos.
Ela também foi pioneira ao assumir o cargo de 1ª vice-presidente mulher da Câmara Municipal. “Meu trabalho tem sido focado em quebrar barreiras e criar oportunidades para os mogianos, defendendo ideias e projetos inovadores. Quero continuar fazendo mais e melhor por Mogi”, reforça a parlamentar, que preside a Comissão de Saúde, Zoonoses e Bem-Estar Animal e é membro da Comissão de Educação do Legislativo.
Com trajetória de estudos na rede pública de ensino, Malu aposta na educação como ferramenta transformadora de vidas. “Trabalhei como feirante para custear um cursinho pré-vestibular e, graças a isso, consegui uma bolsa para o curso de Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV)”, conta ela que, em seguida, iniciou o mestrado profissional em Gestão e Políticas Públicas.
Em seu primeiro mandato, que será encerrado no próximo dia 31 de dezembro, a vereadora destaca trabalhos em defesa das mulheres, como a lei que promove a autonomia financeira de vítimas de violência doméstica, da qual é coautora, e o projeto de sua autoria que institui a política pública de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade, por meio do uso de contraceptivo reversível de longa duração à base de etonogestrel.
Entre outros trabalhos, ela também é coautora do projeto de lei que estabelece cotas para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar na aquisição de imóveis construídos por programas habitacionais de interesse social, financiados pelo poder público, e da indicação que propõe a criação da ‘Ouvidoria Para Elas’, com procedimento operacional padrão para o atendimento especializado às mulheres.
A era dos
congelados
em Mogi
Praticidade, agilidade no preparo e preservação do sabor dos alimentos. Esta é a principal proposta do mercado de congelados, que ganha cada vez mais espaço na rotina de quem não tem muito tempo para elaborar as refeições, porém faz questão de produtos de qualidade e saudáveis.
Em Mogi das Cruzes, há diversas opções para que busca por pratos prontos, carnes e peixes diversos in natura, lanches, pães, bolos, salgadinhos de festa, entre outras linhas deste segmento.
Uma das novidades neste nicho de mercado é a unidade da Bread King, inaugurada há dois meses, que reúne mais de 200 variedades de produtos supercongelados. “A empresa se destaca por fornecer produtos prontos para assar, facilitando a operação em casas ou estabelecimentos comerciais sem comprometer o sabor ou a textura. Essa inovação no processo de congelamento e a oferta focada em soluções práticas são os grandes diferenciais no mercado”, destaca Climério Otoni de Oliveira Júnior, responsável pela loja da cidade.
Ele conta que a Bread King teve início no município de Chapecó, em Santa Catarina), há mais de quatro décadas, nos fundos de uma modesta padaria. Posteriormente, em 2017, a empresa inaugurou uma nova planta industrial em Porto Belo, também em terras catarinenses, consolidando-se como uma das mais modernas indústrias de panificação do Brasil. “A Bread King tem expandido sua presença nacional por meio de lojas próprias e franquias e já conta com 25 lojas em funcionamento em diversas cidades do Brasil”, completa Oliveira Júnior.
Ainda seguindo a proposta de facilitar o dia a dia de quem não quer ou não pode dispor de tempo para preparar seus próprios alimentos e da família, mas também não abre mão de refeições saudáveis e saborosas, a Ifish que nasceu em Paulínia, no interior do Estado de São Paulo, chegou há três anos em Mogi, primeiramente, com vendas exclusivamente online e, desde 2023, também na loja física.
“Entre as 70 variedades de itens disponíveis, há desde frutos do mar in natura embalados à vácuo para venda, como pratos prontos, a exemplo da tilápia empanada, que divide o título de campeã de vendas ao lado do camarão in natura”, conta Marcos Tsuneo Nohara, proprietário da Ifish na cidade, destacando que além das duas lojas físicas - Paulínia e Mogi - há cinco lojas com atendimento exclusivamente online.
Nohara também revela que o objetivo é ampliar as opções de pratos prontos. “Recentemente, inserimos o karê com frutos do mar e estamos criando outros projetos diferenciados para aumentar esta variedade, principalmente porque a procura por congelados tem aumentado muito pela praticidade e qualidade”, completa.
O primeiro
treinador a gente
nunca esquece!
O sensei mogiano Paulino Namie, 64 anos, já treinou cerca de 5 mil judocas e segue fazendo história em Mogi das Cruzes. Nas quatro décadas de dedicação à esta modalidade esportiva na cidade, ele formou mais de 100 faixas pretas e foi técnico das seleções paulista e brasileira.
Paulino seguiu os passos do pai, o ex-vereador Sethiro Namie, com quem teve as primeiras aulas de judô, ao lado dos irmãos Durval e Ricardo, no bairro do Cocuera, em Mogi. A trajetória como professor começou em 1982, na Prefeitura de Mogi das Cruzes.
De lá para cá, já acompanhou milhares de atletas, entre eles, o mogiano William Lima, 24 anos, que conquistou medalhas de prata e bronze para o Brasil nas Olimpíadas de Paris. O judoca, que iniciou os treinos de judô aos 6 anos, com Paulino Namie, em Mogi, também já foi medalhista em Grand Slams e no Pan-Americano.
“Fui o primeiro treinador do William e o acompanhei até os 14 anos. Já percebia que ele teria um futuro promissor no judô, porque sempre vinha se classificando em campeonatos, como o Paulista, Brasileiro e Pan-Americano”, conta Namie.
Recentemente, William, que atualmente mora em São Paulo, veio para a cidade receber homenagem na 45ª edição do Empreendedor do Ano, da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, e aproveitou para visitar Namie, com quem sempre mantém contato.
“É sensacional ter sido o primeiro treinador de um medalhista olímpico. Todo professor almeja o máximo para seus alunos e o William ganhou duas medalhas olímpicas, um fato inédito para Mogi das Cruzes não só no judô, como em todas as modalidades”, destaca o sensei.
Fermentação
natural
veio para ficar
Gabriel Grinberg
é formado em Gastronomia, especializado em Culinária Kosher, master chef pela Escola das Artes Culinárias Laurent e pós-graduado em Saúde Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Na obra "A história da Alimentação", os historiadores Jean Louis Flandrin e Massimo Montanari revelam que a produção de algo similar ao pão e bolo era feita primitivamente de maneira rudimentar e depois assada em uma fogueira. O uso de fornos foi posteriormente criado no Egito, facilitando e melhorando a elaboração das receitas.
Acredita-se que a fermentação natural tenha sido descoberta acidentalmente, quando os primeiros agricultores misturaram farinha de grãos moídos com água e deixaram a massa ao ar livre. Desta forma, leveduras e bactérias selvagens presentes no ambiente iniciaram naturalmente o processo de fermentação, dando origem ao que chamamos hoje de "fermento selvagem” ou “fermentação natural".
A produção de pães de fermentação natural exige conhecimento profundo de técnicas avançadas da panificação, especialmente da francesa, além de infraestrutura especifica. Pães elaborados com fermento industrial levam cerca de 40 minutos fermentando, enquanto uma baguette de fermentação natural precisa de pelo menos 24 horas de fermentação com temperaturas e umidade rigorosamente controladas.
Os gases produzidos a partir da fermentação natural são completamente volatilizados facilitando o processo de digestão. A partir da fermentação natural a molécula do carboidrato encontrada na farinha passa por modificação, deixando de ser um carboidrato de rápida absorção, diminuindo os picos glicêmicos. Outro fator interessante é a produção de ácidos naturais que ajudam a absorção e a produção de uma microbiota intestinal saudável.
Pesquisas recentes apontam que esses ácidos são transportados para o sangue do colón e, posteriormente, ao leite materno, contribuindo para a saúde do bebê.
O mercado de produção de pães de fermentação natural vive em ascensão, já que o consumidor está ficando cada vez mais exigente e cuidadoso com aquilo que leva para a casa e, os pães de fermentação natural são um alimento.
A Grinberg Boutique de Pães nasceu há 10 anos, inicialmente, para atender o mercado de pães artesanais por atacado para restaurantes elitizados da região, mas posteriormente abriu as portas para levar a panificação artesanal a todos. Infelizmente, a maioria das padarias e supermercados comercializa pães que ‘mimificam’ os pães originais a partir de aditivos químicos. Corrigir isso é uma parte da missão da minha alma.
5 lugares
imperdíveis em
Paris
Sim, Paris é verdadeiramente uma cidade fascinante! A capital francesa tem uma magia única que encanta pessoas do mundo todo. Sua rica história, arquitetura deslumbrante, cultura vibrante e gastronomia excepcional fazem dela um lugar realmente especial.
Recomeçar
após os 50, briga
com o relógio!
Helayne Cortez
é especialista em Psicologia Positiva e Educação transfomadora pela PUC. Pós-graduada em Neurociências do comportamento
Recomeçar é um verbo difícil para você? Sim? Qual é a sua idade? Se você passou dos 40, dos 50, enfim, se está na fase mais madura da vida, eu posso te afirmar que o desafio começa na briga com o relógio. Em geral, uma crença de que não haverá mais tempo ou o tempo que resta é curto demais traz um senso de urgência e uma autocobrança quase punitiva para a evitação do erro.
Assista ao meu vídeo abaixo que eu explico melhor!
Celular na
sala de aula:
Reflexão!
Rosemary Roggero
é educadora e pesquisadora em Educação, graduada em Letras, mestre em Educação: História e Filosofia, doutora em Educação: História, Política e Sociedade e especialista em Gestão de Pessoas.
A proibição do uso de aparelhos celulares nas salas de aula e intervalos de escolas públicas e particulares para todas as etapas da educação básica está prestes a ser determinada no país, a exemplo do que já acontece em países como França, Holanda e China. O assunto ganhou recentemente um novo capítulo, após a aprovação, no último dia 30 de outubro, do projeto com esta finalidade pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Agora, o texto segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O Ministério da Educação também prepara medida para proibir esta prática na rede pública de ensino.
O projeto em trâmite na Câmara Federal desde 2015 prevê a permissão para uso do eletrônico apenas para fins estritamente pedagógicos ou didáticos, sob orientação do professor e por questões de acessibilidade, inclusão e saúde.
O assunto divide opiniões e preocupa profissionais da área em Mogi das Cruzes. Segundo a educadora e pesquisadora em Educação, Rosemary Roggero, esta questão é de caráter pedagógico e de competência dos professores, coordenadores e diretores de escolas.
“O celular é uma ferramenta que está posta no mundo contemporâneo e que precisa se aprender a usar. Então, não é deixando completamente solto e livre, que foi o primeiro momento que vivemos em relação a isso, e depois passando a proibir completamente, que vamos aprender a usar adequadamente essa ferramenta. E esse aprendizado, ele se dá na escola, principalmente, como uma instituição social que tem esse caráter formativo”, explica.
Na avaliação da profissional, não apenas o telefone celular, mas tudo que, eventualmente, for mal utilizado na sala de aula, pode prejudicar o aprendizado. “Até um tempo de descanso é superimportante na rotina dos alunos. Agora, se esse tempo de descanso for mal utilizado, prejudicará o aprendizado.
Assim como não ter nenhum tempo livre, também prejudica o aprendizado. A neurociência tem demonstrado fartamente essa questão de quanto a relação entre atividade e descanso precisa ser pensada, entre outras coisas”, considera.
Rose também alerta para outra questão relacionada ao aparelho eletrônico: é preciso aprender a usar as redes sociais, discutir a questão do bullying e do cyberbullying, como forma de melhorar as relações sociais.
“Tudo isso também passa pelo celular e as consequências de seu uso na escola variam de acordo com o projeto político-pedagógico, as práticas pedagógicas dos professores, como são pensadas e articuladas, como são utilizados os tempos e espaços na escola, como são pensados os conteúdos e toda a articulação curricular, o quanto professores, direção e coordenação compreendem as etapas de desenvolvimento humano, e como as crianças e jovens reagem ao longo desse processo”, completa.
A COVID ainda
não acabou
Regiane Cardoso de Paula
Biomédica, doutora em ciências aplicadas à saúde pela UNIFESP, coordenadora da CCD - Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de SP
Embora a atual situação epidemiológica de infecções causadas pelo novo coronavírus não apareça mais com tanta frequência nos noticiários diários como durante o período da pandemia, as contaminações e mortes provocadas pela doença apontam que a Covid-19 não acabou e ainda segue fazendo vítimas, inclusive fatais.
De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 soma mais de 7 mil casos no Estado de São Paulo apenas neste ano, sendo responsável por 16% das hospitalizações por SRAG no mesmo período. Além disso, a pasta também aponta que, entre os óbitos, esses registros representam 31% do total de mortes por SRAG em 2024.
Segundo a coordenadora em Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, a biomédica Regiane Cardoso de Paula, até o momento, os dados epidemiológicos denotam tendência de declínio no número de casos de pacientes hospitalizados por Covid-19, em todo território paulista, mas, ainda assim, exigem atenção e cuidados redobrados, especialmente para aqueles que se enquadram no perfil das principais vítimas de contaminação e óbitos provocados pelo vírus.
“Os grupos de maior risco para a doença são as populações mais vulneráveis, de idades extremas, como menores de 5 anos e maiores de 60 anos, e pessoas não vacinadas ou vacinadas incompletamente”, explica a profissional, em entrevista à Revista A.
Historicamente, ainda de acordo com Regiane, à semelhança de outros vírus, a tendência do SARS-CoV-2 é endemizar, se tornando uma doença com recorrência em uma região, mas sem aumentos significativos no número de casos.
No entanto, enquanto isso não acontece, em nível global, desde o início da pandemia, as taxas de mortalidade por Covid-19 são significativas.
Outra preocupação ainda latente, apesar do fim da pandemia, está relacionada às sequelas deixadas pela infecção. “As pessoas acometidas pelo SARS-CoV-2 podem ter seus sintomas perdurados ou desenvolver novos sintomas, passadas semanas após a infecção. Essa condição tem sido chamada de ‘Covid longa’, e diversos acometimentos têm sido descritos na literatura”, destaca a biomédica.
Portanto, para prevenir a proliferação do vírus e, consequentemente evitar a contaminação, permanecem válidas as mesmas regras adotadas durante todo o período pandêmico, que englobam vacinação, além de medidas não farmacológicas, como higiene das mãos, etiqueta respiratória, utilização de máscara e isolamento social, quando indicado.
Câncer de pele:
prevenção, o
melhor caminho
Ana Carolina Antunes
é médica especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e também atua nas áreas de Cosmiatria, Tricologia, Dermatologia Integrativa, Nutrição Estética e Mindfulness
O câncer da pele, com incidência elevada devido à exposição ao sol, responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O mais comum, o câncer da pele não melanoma, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. É provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.
O INCA também aponta que a região Sudeste concentra a maioria dos novos casos da doença, com 48,4% das ocorrências, seguida pelo Nordeste (22,8%), Sul (17,1%), Centro-Oeste (7,3%) e Norte (4,4%).
Os tipos mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente.
Diante disso, a prevenção e o diagnóstico precoce merecem cada vez mais atenção, principalmente no verão, a estação mais quente do ano no país, momento que pede atitudes saudáveis com relação ao sol para evitarmos as desagradáveis queimaduras de pele, crises de herpes simples de repetição, quadros de insolação e o envelhecimento, assim como prevenção ao câncer de pele.
Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove, desde 2014, a Campanha Dezembro Laranja, com foco na prevenção da doença e reunindo ações de conscientização, diagnósticos e até tratamento de pacientes por todo o país.
Isso porque, um dos marcos da iniciativa é o dia de atendimento gratuito à população, em centros dermatológicos de referência espalhados do Brasil, com a participação voluntária de dermatologistas.
Na região do Alto Tietê, há o posto de atendimento da Policlínica UMC – Universidade de Mogi das Cruzes, que neste ano promoverá esta atividade especial no próximo dia 7 de dezembro, das 9 às 15 horas.
Apesar de informações cada vez mais acessíveis sobre a prevenção, proteger a pele dos efeitos nocivos do sol ainda não é tarefa fácil, já que vivemos em um país tropical, com vários atrativos no verão. Assim, o caminho é incorporar hábitos saudáveis para desfrutarmos o sol com segurança, lembrando que a proteção de hoje traz benefícios para toda a vida.
Clique e saiba mais: https://sbd.org.br/campanha/dezembrolaranja/
Silvio Santos, Maurício de Sousa e Mário Mello Freire
O dia em que
Mogi venceu
Campinas
Foi em 1967, com a televisão brasileira transmitindo ainda em branco e preto. Silvio Santos mantinha um programa de sucesso, promovendo gincanas nas quais duas cidades se digladiavam. O prêmio era uma ambulância, que seria doada pelo programa à entidade que a cidade vencedora escolhesse.
Mogi das Cruzes resolveu participar por iniciativa de Paulo Marques, então gerente da Rádio Marabá, emissora que integrava as empresas do Diário de Mogi. No sorteio, caiu-nos, como concorrente, a cidade de Campinas. Páreo duro. Que se revelou logo no primeiro encontro entre os gestores de cada emissora.
Eu fui a Campinas com Paulo Marques, mais Osamu Sakoda e José Carlos Bertocco, dois amigos que se juntaram à empreitada. Logo na sede da rádio campineira vimos a encrenca que nos esperava: a Rádio Marabá havia acabado de deixar os estúdios que montara nos altos do Cine Avenida, com direito a um excelente auditório, e ocupava timidamente uma casa na Rua Barão de Jaceguai. Tinha equipamentos obsoletos e, de força mesmo, apenas a vontade de gente como o radialista Roberto da Silva e o seo Pio, que cuidava dos transmissores instalados na Ilha Marabá.
Ao contrário, a emissora de Campinas ficava em uma casa construída especialmente para ela e seus diretores, honrando a fama dos campineiros, enalteciam os equipamentos. “Iguais aos nossos só a Rádio Bandeirantes, em São Paulo”, esnobavam, peito estufado.
Em 1967 Mogi derrotou Campinas (22 a 16 pontos)
Se remédio não há, remediado está – pensávamos. Sem disposição à fuga, lançamo-nos à disputa. As provas poderiam ser fechadas, abertas ou em disputa franca. Abertas: traga pessoas famosas que tenham nascido ou vivam em suas cidades; Mogi levou o pintor Chang Daí Chien e o desenhista Maurício de Souza; Campinas levou o arcebispo de São Paulo, dom Agnelo Rossi. Fechadas: traga o rei Pelé (e ele não atendeu ao apelo de Mogi). Disputa franca: traga jogadores de futebol para uma disputa de pênaltis (Mogi levou Nenê Gaspar) e estudantes para responder a questões escolhidas pelo programa – foi nesta fase que Mogi derrotou Campinas (por 22 a 16 pontos). Priscila, a aluna do Instituto de Educação Dr. Washington Luiz indicada pela professora Nyssia Freitas Meira teve um desempenho arrasador.
Com pouco, muito pouco dinheiro, havia que se improvisar. Chang Daí Chien, o afamado pintor chinês que elegeu Mogi como sua Canaã por 16 anos (de 1954 a 1970) e só nos deixou depois que a Barragem de Taiaçupeba inundou seu paradisíaco sítio de seis alqueires em Taiaçupeba – exigia um protocolo rígido. Seus familiares concordaram em levá-lo mediante algumas condições: teria de haver um carro confortável para o transporte, um lugar calmo para esperar sua presença em cena e não mais do que 10 minutos no palco.
Pintor Chang Daí Chien
O carro garantiu-nos o prefeito da época, Carlos Alberto Lopes, e o lugar calmo para esperar foi o providencial oferecimento de minha tia Stella, que então morava nas cercanias da TV Tupi no bairro do Sumaré, de onde o programa era transmitido.
Algumas semanas depois a ambulância, prêmio pela vitória, foi entregue à Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes. E, por mais que se insistisse, Pelé não atendeu ao pedido de ir ao programa Cidade X Cidade e, com isso, dar-nos uma segunda ambulância.