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CAPA #12
Foto: Robson Regato
Sub título Capa #12

Nesta Edição #12

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Alualizado em 20/08/2025
Logo Revista A
Governador de SP Tarcísio de Freitas e o Deputado André do Prado
O deputado e presidente da Alesp André do Prado
com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas

CAPA

A ascensão do
político de Guararema

Por Darwin Valente
VOZ PNG.png
Áudio completo da matéria de Capa
00:00 / 08:06

O deputado estadual André do Prado (PL) vive um momento decisivo, tanto na vida pessoal quanto na política. Aos 56 anos, aguarda para as próximas semanas o nascimento da primeira filha, Maria Victoria, do casamento com a jornalista e advogada Clarissa do Prado. Paralelamente, se movimenta para conquistar um dos cargos mais cobiçados da política paulista: a vaga de vice-governador na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. E, se o governador optar por disputar a Presidência da República, André não descarta concorrer ao próprio Governo do Estado.

Caso esse cenário não se concretize, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo também pode disputar uma cadeira no Senado ou buscar novo mandato como deputado estadual. Seja qual for o caminho, representará mais um passo numa trajetória iniciada em 1992, quando, incentivado pelo amigo Marcio Alvino, atual deputado federal pelo PL, disputou e venceu a eleição para vereador em Guararema, então com pouco mais de 18 mil habitantes – hoje tem 32.436 moradores. Desde então, foi reeleito vereador, vice-prefeito, prefeito e deputado estadual por quatro mandatos consecutivos.

Deputado Federal Marcio Alvino e deputado estadual André do Prado
Com o deputado federal Marcio Alvino

Atualmente no comando da Alesp, André ocupa o cargo mais alto de sua carreira. “Nunca imaginei, nem nos maiores sonhos, ser presidente da Assembleia”, afirma. Ele credita a ascensão ao fortalecimento do PL após as eleições de 2022 e ao apoio decisivo do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, aliado de longa data. Quando foi eleito deputado pela primeira vez, em 2010, era o único representante do PL na Casa. Em 2014, eram três; em 2018, seis; e, em 2022, a bancada saltou para 22 parlamentares, impulsionada pela entrada de Jair Bolsonaro no partido.

Comandar a Alesp significa encaminhar um orçamento estadual de R$ 372 bilhões e liderar 93 deputados. “O maior desafio foi conquistar o respeito e a confiança dos parlamentares para representar e liderar”, diz André. Ele credita o sucesso à experiência acumulada em 33 anos de vida pública e a um princípio aprendido no início da carreira: “Aprendi que é preciso respeitar para ser respeitado. Cumpro todos os acordos que faço. O presidente Valdemar sempre disse: você não é obrigado a dar a palavra, mas, se der, é obrigado a cumpri-la.”

A postura conciliadora ajudou a aprovar uma mudança na Constituição Estadual que permitiu a reeleição do presidente no primeiro mandato, garantindo sua recondução com apenas o voto contrário, da bancada do PSOL.

Deputado André do Prado e o presidente do PL Valdemar Costa Neto
Com o presidente do PL - Partido Liberal Valdemar Costa Neto

Caminhos possíveis
Nos bastidores, André trabalha para estar pronto para 2026. Se Tarcísio disputar a reeleição, ele se coloca como opção para vice. Caso o governador concorra à Presidência, vê espaço para pleitear a candidatura ao Governo do Estado. Cauteloso, evita declarações que possam gerar mal-entendidos. Prefere ressaltar as qualidades de Tarcísio — “uma das pessoas mais preparadas do País” — e de Bolsonaro — “ainda acredito que possa ser candidato”. Mas admite: “Estou preparado para enfrentar qualquer desafio, pelo respeito que tenho ao PL e ao cargo que ocupo.”

A lealdade ao Executivo, segundo ele, é reconhecida pelo próprio governador. “Tarcísio agradece constantemente à Alesp e reconhece que nosso trabalho viabiliza importantes políticas públicas em todo o Estado.”

Apesar das articulações, André garante que qualquer decisão será tomada apenas no próximo ano, junto com o grupo político liderado por Valdemar Costa Neto. “Fico lisonjeado quando meu nome aparece como possível vice do governador. É uma honra muito grande”, diz, frisando que nunca tratou do assunto com Tarcísio por respeito ao atual vice, Felicio Ramuth (PSDB).

E se o desafio for ainda maior? “Uma candidatura a governador dependerá do apoio de Valdemar, do PL e de alianças que se formarem em torno do nosso grupo. Se eu aparecer como possível candidato, estarei preparado. Sei que sempre há o que melhorar, por isso estudo e me preparo. A base de tudo é o respeito ao cidadão. Se chegar ao governo, terei condições e capacidade de administrar com dignidade, responsabilidade e gerar resultados para quem mais precisa”, afirma André do Prado, confiante.

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Com o governador Tarcísio de Freitas,
no Palácio dos Bandeirantes

Das feiras ao comando

da Alesp: a história de

vida de André do Prado

Nos primeiros dias de julho, o deputado estadual André do Prado (PL) passou por um susto. Internou-se em São Paulo para um cateterismo seguido de angioplastia, procedimento que resultou na colocação de dois stents para desobstruir artérias coronarianas comprometidas em mais de 70%. A intervenção, bem-sucedida, garantiu alta no dia seguinte e devolveu-lhe o fôlego para viver uma das maiores emoções de sua vida: ser pai pela primeira vez. Maria Victoria, fruto do casamento com a jornalista e advogada Clarissa do Prado, deve nascer nos próximos dias.

A obstrução foi descoberta em um exame de rotina, mas trouxe à tona um alerta familiar. Em 2000, o pai de André, Alcides do Prado, conhecido como Seu Cidinho, morreu de infarto aos 54 anos. A perda marcou profundamente o então jovem político, que já carregava uma história de superação desde a adolescência.

André do Prado e a esposa Clarissa do Padro
Com a esposa Clarissa do Prado

Aos 12 anos, após a separação dos pais, André começou a trabalhar para ajudar a mãe, dona Raquel, a sustentar as três irmãs. Foi feirante, soldador de bijuterias em uma fábrica no bairro de Itapema e ajudante no bar e mercearia da família, em Guararema. O esforço e a parceria com a mãe lhe renderam o apelido que o acompanhou por anos na cidade: André da Raquel.

O trabalho árduo valeu a pena. Todos os filhos de dona Raquel chegaram ao ensino superior. André formou-se em Matemática com ênfase em computação pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), lecionou para turmas de jovens e adultos na Escola Ivan Brasil — onde estudara — e conquistou emprego como analista de sistemas na Metal Leve, em São Paulo. Durante cinco anos, dividiu-se entre a capital e Guararema, onde continuava a ajudar a mãe na mercearia. Nesse período, comprou um terreno e o primeiro carro, ainda usado, que facilitava as viagens nos finais de semana.

 

Foi então que o amigo Marcio Alvino — filho de uma tradicional família política local, à época namorado de sua irmã Andreia e hoje deputado federal pelo PL — insistiu para que ele se candidatasse a vereador. A contragosto, para preencher vaga na legenda, André aceitou, sem fazer campanha. Contou apenas com a ajuda de Alvino e da mãe. O resultado surpreendeu: foi o segundo vereador mais votado da cidade.​

André do Prado jovem com a mãe Raquel
André do Prado com a mãe Raquel
Com a mãe Raquel na infância e nos dias de hoje

“Hoje me sinto realizado. Não tenho direito de pedir mais nada a Deus. Me sinto recompensado por tudo que Ele já me deu. Na vida pessoal, só falta realizar o sonho de ser pai, o que vai acontecer em breve”, diz André, ansioso para apresentar Maria Victoria à mãe, dona Raquel, de 73 anos.

Figura central na vida do deputado, ela criou sozinha os quatro filhos trabalhando no bar, como diarista e tricoteira. E deu exemplos de generosidade como o que André faz questão de contar: após a separação, o ex-marido teve outra filha, fruto de um segundo casamento. A madrasta morreu de câncer e, pouco depois, Seu Cidinho também faleceu. A menina, então com 15 anos, foi acolhida por dona Raquel, que dividiu com ela o mesmo carinho e atenção oferecidos aos outros filhos.

“Minha mãe é o maior exemplo que tenho. Ela nos ensinou que o respeito e a dignidade vêm antes de qualquer coisa. Tudo que conquistei, devo a ela”, afirma André do Prado. 

O histórico nas urnas
Quadro com todos os votos de André do Prado
UMC #12
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Darwin Valente
Darwin Valente
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Áudio Coluna Darwin Valente

Elas no comando

A chegada de Mara Bertaiolli (PL) ao comando da Prefeitura de Mogi coincide com a presença cada vez maior de mulheres em postos de comando na cidade. No Fórum, a juíza diretora é Ana Carmem de Souza e Silva, enquanto a delegada Margarete Francisca Corrêa Barreto ocupa o cargo de titular da Delegacia Seccional de Polícia. À frente do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA/M-12) está a coronel PM Beatriz Assis Bastos Morassi e da Associação Comercial de Mogi, Fádua Sleiman. Já o cargo de dirigente regional de Ensino está nas mãos de Roselaine Batalha Silva, enquanto outras duas professoras ocupam as reitorias das duas principais instituições de ensino superior da cidade: Regina Coeli Bezerra de Melo, na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e Alice Maria Hosken Vieira, no Centro Universitário Braz Cubas.

Sem representação

Com a filiação ao PL do vereador Juliano Botelho, o PSB perde o seu único representante junto à Câmara Municipal de Mogi das Cruzes e se enfraquece ainda mais na cidade. Nos bastidores, comenta-se que o vereador Mauro de Assis Margarido, o Maurinho do Despachante (PRB), também pode estar de malas prontas para ingressar no PL. Na verdade, o vereador estaria retomando um namoro com o partido de Valdemar Costa Neto, que quase acabou em casamento um pouco antes das eleições municipais passadas.

Juliano Botelho
Juliano Botelho
Mara Bertaiolli, Téo Cusatis e
Mara Bertaiolli, Téo Cusatis
e Sadao Sakai

Boas notícias

A melhor notícia deste ano para a economia de Mogi das Cruzes foi o anúncio do investimento de R$ 600 milhões para que a Coca-Cola Femsa do distrito de Braz Cubas volte a produzir refrigerantes. Atualmente, a unidade se limita a produzir e engarrafar a água mineral Crystal. Num encontro com a prefeita Mara Bertaiolli (PL), a direção do grupo assegurou que a implantação de duas novas linhas de produção na fábrica mogiana deverá estar concluída até o final deste ano para início de atividades a partir de janeiro próximo. “A unidade de Mogi tem papel estratégico não apenas para a nossa companhia, mas dentro do Sistema Coca-Cola no País, por isso estamos muito otimistas com a chegada das novas linhas de refrigerantes”, disse Mario Cesar Schafaschek, diretor de Supply Chain da empresa.

Rodrigo Valverde
Rodrigo Valverde
Iduigues Ferreira Martins
Iduigues Ferreira Martins

Tempo quente

Não convidem para a mesma mesa o advogado Rodrigo Valverde e o vereador Iduigues Ferreira Martins, ambos do PT de Mogi. Os dois já não falam mais a mesma língua desde que surgiram as primeiras divergências entre ambos durante o recente período eleitoral na cidade. O que parecia ser apenas uma questão de opinião acerca de contratação do marqueteiro feita por Valverde para sua campanha a prefeito, acabou ganhando contornos ainda maiores na eleição do Diretório Municipal do PT. O candidato apoiado por Valverde venceu o pleito, mas Iduigues recorreu contra o resultado alegando irregularidades durante o processo de votação.

Histórias de prefeitos

Boa parte da recente história política de Guararema está contada em dois livros lançados recentemente para lembrar as administrações dos ex-prefeitos Sebastião e Conceição Alvino de Souza, pais do atual vice-presidente nacional do PL e deputado federal Marcio Alvino. Com uma edição primorosa, acondicionada em uma caixa, as obras apresentam documentos e fotos que retratam o início de um período de grande desenvolvimento para o município e marcam também a chegada ao poder de um grupo político que permanece no comando administrativo daquela cidade há pelo menos cinco décadas.

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José Francimário - Farofa
José Francimário
"Farofa"
Téo Cusatis
Téo Cusatis
Dana Vidal Costa
Dana Vidal Costa

Qual é o nome?

À frente dos cargos-chave da política mogiana, o PL ainda não decidiu quem deverá se candidatar a deputado federal por Mogi. O presidente da Câmara, vereador José Francimário Vieira de Macedo, o “Farofa”, vinha aparecendo como o nome mais cotado para a disputa. Pelo menos até o vice-prefeito Téo Cusatis surpreender a todos ao deixar o PSD para se filiar ao PL, sem maiores explicações. O fato passou a gerar comentários sobre a possibilidade de uma eventual candidatura dele à Câmara dos Deputados. Não bastasse tudo isso, eis que surge um outro componente de grande peso neste imbróglio: Dana Vidal Costa, presidente regional do PL Mulher e esposa de Valdemar Costa Neto, tem aparecido com inesperada desenvoltura em eventos e entrevistas, deixando no ar a possibilidade de uma eventual candidatura. Um coquetel de opções altamente explosivo, a ser desarmado pelo presidente Valdemar, no início do próximo ano.​​​

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Priscila Yamagami

De vice-prefeita a
vereadora, Priscila
Yamagami dedica sua
atuação à população
de Mogi das Cruzes

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Áudio completo da Coluna Marilei Schiavi
00:00 / 03:35

Com trajetória marcada por liderança, estudo e dedicação à comunidade, Priscila Yamagami Kähler, 53 anos, é vereadora e vice-presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, além de professora e gestora universitária há quase 25 anos. Ex-vice-prefeita e fundadora do Movimento Mulheres e Valores, ela defende causas como educação, empreendedorismo, empoderamento feminino, bem-estar animal e valorização dos servidores públicos.
 

​A Transição

De vice-prefeita para vereadora, como foi para a senhora essa mudança na política mogiana? O que mais mudou na sua rotina e no papel de representar a população?

No começo, cheguei a pensar seriamente se deveria ou não continuar na política, mas sabia que poderia ajudar muito a população de Mogi, independentemente do cargo que ocupasse. Precisava, porém, de um mandato meu, para fazer política da forma como acredito. Decidi colocar meu nome à disposição e a população me escolheu! Hoje, com um mandato próprio, consigo realizar aquilo que antes nem sempre era possível. Essa mudança foi necessária! Estou mais próxima da população e muito feliz por poder legislar em favor de todos.

​Os aprendizados

Durante a gestão como vice-prefeita ao lado de Caio Cunha, quais foram os principais aprendizados que pretende levar agora para o trabalho na Câmara Municipal?

Aprendi que a população tem pressa. Sabemos de todos os trâmites, mas não podemos deixar que a burocracia atrase os resultados para as pessoas! Também aprendi a esperar o tempo certo e a não permitir interferências nas minhas escolhas. Mas o principal aprendizado que levo comigo é que nasci para servir. Mesmo diante de barreiras, servi a população com dedicação e coração. Agora, mais experiente, entendo melhor como funciona o Executivo e posso usar esse conhecimento para atuar de forma ainda mais eficaz no Legislativo, sempre com foco nas pessoas.

​A prioridade

O mandato de vereadora traz um contato mais próximo com a população e demandas pontuais dos bairros. Quais são as principais prioridades já colocadas na sua agenda legislativa?

Queremos aproximar a população do mandato. Criamos grupos segmentados de mulheres e lideranças comunitárias que nos trazem as necessidades dos bairros. Lançamos ainda o PLA – Programa Liderança Ativa, que forma cidadãos conscientes sobre como levar suas demandas ao Executivo municipal. Seguiremos ouvindo a população, propondo leis que beneficiem todos os mogianos e fiscalizando de perto o trabalho da Prefeitura.

​A avaliação

A prefeita Mara Bertaiolli está há alguns meses no comando de Mogi das Cruzes. Como a senhora avalia o início de gestão dela e que sugestão daria, como vereadora e ex-vice-prefeita, para que a administração avance nas demandas da cidade?

Nossa prefeita é uma grande parceira. Ela me acompanhou desde a campanha e segue assim até hoje. Como todo início de gestão, há questões a serem resolvidas, especialmente diante de uma dívida significativa que a Prefeitura herdou. O trabalho que ela tem feito é muito importante para a população. É uma gestão próxima das pessoas, que ouve e se coloca no lugar do outro. Meu conselho é desburocratizar processos e ouvir os bairros, dando prioridade aos que mais necessitam e levando a Prefeitura até a população. As pessoas precisam ser ouvidas e sentir que suas demandas têm retorno. É assim que se transforma o dia a dia da cidade, mesmo diante dos grandes desafios.

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Negócios
Claudio Costa

Potencial estratégico
de Mogi das Cruzes
atrai investimentos

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Áudio completo da Coluna Negócios
00:00 / 03:25

Claudio Costa

é economista pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Universidade de Jyväskylä, na Finlândia

Cidade promissora

Mogi das Cruzes desponta como uma das cidades mais promissoras do Estado de São Paulo para a atração de novos negócios e investimentos, com localização privilegiada e infraestrutura em constante desenvolvimento. A análise é do economista Claudio Costa, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura Municipal, que acumula ampla experiência no setor empresarial, tendo atuado como vice-presidente comercial da Valtra do Brasil, presidente e CEO da Ponsse Latin América e, atualmente, como membro do Conselho Consultivo da Agência de Fomento Empresarial (AGFE), da qual foi diretor executivo e um dos fundadores.

Segundo Costa, a cidade reúne condições únicas no cenário nacional, está situada a apenas uma hora do Porto de Santos, 40 minutos do Aeroporto Internacional de Guarulhos e, em breve, ficará a 30 minutos do Rodoanel, interligando-se a todas as regiões do país. “Estamos a uma hora do maior centro financeiro do Brasil e temos uma das melhores localizações do país em termos logísticos”, destaca.

Além do posicionamento estratégico, na avaliação do economista, o município investiu fortemente em equipamentos sociais nas últimas duas décadas, consolidando-se como um lugar atrativo para se viver. “Hoje, quem vem para Mogi encontra escolas de tempo integral, creches, hospitais de referência e serviços públicos que ajudam a reduzir o custo de vida. Essa estrutura é fundamental para que executivos e trabalhadores tenham qualidade de vida junto às suas famílias”, explica.

Mogi em desenvolvimento

Precisamos colocar Mogi na vitrine

Entretanto, Costa ressalta que o desafio está em transformar esse potencial em novos investimentos produtivos. Embora Mogi tenha 460 mil habitantes, crescendo cerca de 1% ao ano, mais de 200 mil pessoas estão na informalidade e 160 mil famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único) dependem de programas sociais. “Nosso PIB per capita é de aproximadamente R$ 43 mil ao ano, enquanto em cidades do mesmo porte, como Jundiaí, chega a R$ 135 mil. Precisamos colocar Mogi na vitrine para receber indústrias e novos empreendimentos que tragam geração de empregos formais e renda”, reforça.

O município conta hoje com cerca de 11 mil CNPJs (Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica) ativos e uma população economicamente ativa de 320 mil pessoas, das quais aproximadamente 120 mil estão registradas no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e outras 30 mil atuam como microempreendedoras. A chegada de indústrias, segundo Costa, pode gerar um efeito multiplicador, já que cada nova planta industrial atrai de 40 a 50 empresas de serviços para a cadeia de apoio.

Ele destaca ainda a importância da aproximação da Prefeitura com o Governo do Estado para a atração de grandes projetos. “Um exemplo é a Coca-Cola, que anunciou investimentos significativos na cidade. Isso só foi possível porque houve articulação direta, especialmente no acolhimento de processos de licenciamento. Sem essa ponte com o Estado, seria difícil viabilizar”, afirma. Maior fabricante do Sistema Coca-Cola em volume de vendas no País, a Coca-Cola FEMSA Brasil anunciou no último dia 6 de agosto a ampliação da sua fábrica em Mogi das Cruzes, com investimento de mais de R$ 600 milhões na construção de duas novas linhas dedicadas à produção de refrigerantes.

Para o economista, o trabalho de desenvolvimento econômico deve priorizar tanto a retenção das empresas já instaladas quanto a atração de novos investimentos. “Hoje, Mogi conta com cerca de 50 marcas líderes em seus segmentos. Nosso papel é acompanhar seus planos de expansão e criar condições para que eles sejam realizados aqui”, conclui.

Ligamídia
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Desirée Cavalcanti

Prevenção:
a melhor 
arma contra
o câncer bucal

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Áudio completo da Coluna Saúde
00:00 / 02:29

Desirée Cavalcanti
é cirurgiã-dentista, especialista em Estomatologia, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da UMC

A prevenção continua sendo a principal forma de combater o câncer bucal, doença que atinge milhares de brasileiros todos os anos. De acordo com a cirurgiã-dentista Desirée Cavalcanti, especialista em Estomatologia e professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), evitar fatores de risco é fundamental para reduzir as chances de desenvolver a enfermidade.

“O tabagismo e o consumo excessivo de álcool são os principais vilões. Juntos, eles potencializam significativamente o risco da doença”, explica. Além disso, a especialista reforça a importância de manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, utilizar protetor labial com filtro solar em situações de exposição ao sol, cuidar da higiene bucal e realizar visitas periódicas ao dentista. “Essas consultas permitem identificar precocemente lesões suspeitas, o que aumenta muito as chances de cura”, acrescenta.

Prevenção

Os sinais do câncer bucal nem sempre causam dor, o que faz com que muitas pessoas demorem a procurar atendimento. Entre os principais sintomas estão: feridas na boca que não cicatrizam em até 15 dias; manchas brancas ou vermelhas persistentes; nódulos ou sangramentos sem causa aparente; dor ou dificuldade para engolir; e alterações na voz.

“É essencial procurar um dentista diante de qualquer alteração que não desapareça. Muitas vezes esses sinais são confundidos com problemas simples, mas podem indicar o início da doença”, alerta Desirée, que tem catalogadas todas as biópsias que já realizou e os casos positivos que tratou.

Segundo a especialista, o tratamento varia conforme o estágio do câncer. Nos casos iniciais, a cirurgia é geralmente a primeira escolha, apresentando altas taxas de sucesso. Em estágios mais avançados, pode ser necessário associar radioterapia e quimioterapia. “Atualmente, também já estão disponíveis terapias alvo e imunoterapia em alguns casos específicos”, destaca, completando que, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de um tratamento menos agressivo e com melhor qualidade de vida.

Além da atuação no ensino, pesquisa e assistência clínica, Desirée dedica-se especialmente ao diagnóstico e tratamento das doenças da boca, com foco no câncer bucal.

No setor público, atende pacientes em Suzano e Mogi das Cruzes, contribuindo para o diagnóstico, tratamento e encaminhamento adequado de pessoas com lesões bucais. Já na Odontologia da UMC, exerce o papel de professora, orientando estudantes em atividades clínicas e científicas, além de coordenar projetos de extensão e pesquisa voltados à saúde bucal, rastreamento e prevenção do câncer de boca.

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Educação
Elisabete Jacques Urizzi Garcia

Redação: papel decisivo
na vida pessoal,
acadêmica e profissional

Elisabete Jacques Urizzi Garcia
é formada em Letras, professora de produção textual no ensino superior e autora de 35 livros didáticos e literários

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Áudio completo da Coluna Educação
00:00 / 03:21

No mundo atual, cada vez mais tecnológico, conectado e dinâmico, a habilidade de escrever bem segue como diferencial relevante e, muitas vezes, decisivo na vida pessoal, acadêmica e profissional. A redação bem estruturada reflete organização mental, clareza de ideias e domínio da linguagem.

 

Segundo a professora Elisabete Jacques Urizzi Garcia, especialista em Língua Portuguesa e produção textual, a comunicação eficaz por meio da escrita ainda ocupa um papel central nas interações humanas, das mais simples às mais complexas. “A forma como usamos as palavras pode facilitar ou comprometer nossa comunicação. A escrita revela muito sobre quem somos e pode influenciar diretamente a maneira como somos percebidos. Em diversos contextos, essa impressão é determinante para alcançar, ou não, nossos objetivos”, afirma a professora.

Desta forma, a produção textual é uma das competências mais exigidas em processos seletivos como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vestibulares, concursos públicos e até em seleções de emprego. “Escrever bem envolve uma combinação de habilidades cognitivas e linguísticas, como repertório cultural, capacidade argumentativa, organização lógica e uso adequado da linguagem”, explica Elisabete, destacando que essas competências são altamente valorizadas em qualquer ambiente onde a performance comunicativa seja um diferencial.

Cultura redação

Mas não existe fórmula mágica para se tornar um bom redator - o caminho é a prática. A professora resgata uma máxima aristotélica para ilustrar esse ponto: “Aprende-se a fazer, fazendo”. Segundo ela, aprimorar a escrita passa por escrever com frequência, testar diferentes gêneros textuais e explorar uma variedade de temas. “É preciso planejar, organizar as informações, escolher os vocábulos certos, buscar clareza e revisar sempre que possível. E, quando possível, contar com a leitura crítica de alguém confiável para apontar erros e indicar acertos”, recomenda.
 

Outro pilar fundamental para a boa escrita é o hábito da leitura. “Sem leitura, o repertório de quem escreve fica bastante limitado”, enfatiza a especialista. Ela destaca os inúmeros benefícios da leitura, tanto na formação intelectual quanto na ampliação da visão de mundo. “Quando o hábito é cultivado desde a infância, há um impacto direto na articulação verbal, o que contribui não só para o sucesso escolar, mas para a vida como um todo”, completa.

Com o avanço das tecnologias, a Inteligência Artificial (IA) passou a fazer parte do cotidiano de quem escreve - seja como apoio, seja como substituto. No entanto, a profissional faz um alerta: “A IA é uma ferramenta ambígua. Embora represente um avanço, pode nos tornar dependentes e prejudicar o desenvolvimento das habilidades de escrita, especialmente quando delegamos essa tarefa a ela”. A especialista lembra que, em provas e concursos, o uso da IA não é uma opção - e só resta ao candidato confiar nos próprios conhecimentos. “Se não dominamos a escrita, o sucesso fica mais distante”, conclui.

 

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Em Foco
Bruno Barattino

Livro resgata a história
do kart em Mogi

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Áudio completo da Coluna Em Foco
00:00 / 02:46

“O Kartismo em Mogi das Cruzes - Uma breve história de sonhos e pioneirismo” resgata uma fase vibrante e pouco documentada do esporte mogiano: o auge do kartismo na cidade, entre os anos de 1964 e 1968. O livro, lançado no último dia 2 de agosto, no Mogi Kart - kartódromo localizado na Rodovia Mogi-Bertioga, na Vila Moraes, é obra do engenheiro mecânico Bruno Barattino.

A publicação traz o registro afetivo e histórico do movimento que, como define o autor, “foi, talvez, a atividade esportiva que mais divulgou o nome de Mogi das Cruzes em todo o Estado de São Paulo - e por que não dizer, no Brasil - na segunda metade da década de 60”.

Tudo começou como uma memória pessoal. Bruno Barattino, piloto na época, manteve um acervo de fotos, documentos e registros do período em que o kart vivia seu auge em Mogi. A paixão envolveu o amigo Santiago Marban Cocejo, que decidiu construir os primeiros karts, e o pai de Bruno, Carlos Barattino, que não mediu esforços para viabilizar a construção do primeiro kartódromo da cidade.

 

Livro - Kart - Bruno Barattino
Capa do Livro

De início, Bruno montou um álbum de recordações, com duas cópias: uma para ele, outra para o amigo Santiago. O material despertou a curiosidade de outros amigos e incentivou o autor a transformar aquele compilado pessoal em um livro.

 

“A proposta é resgatar e perpetuar parte significativa da história esportiva de nossa cidade, porque resgatar memórias é, acima de tudo, manter vivas as paixões que um dia moveram pessoas, sonhos e uma cidade inteira”, explica Bruno.

A obra segue uma linha cronológica. Começa pela origem do kartismo no mundo e no Brasil, passando pela construção do kartódromo mogiano, a fundação de um clube local, o surgimento de talentos e as corridas realizadas na cidade e fora dela.

 

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De cima para baixo, da esquerda para direita, os dois primeiros não identificados, daí Dito Perotti, Bruno Barattino, Reinaldo Vega, agachado, Geraldo Yoshizawa (Pará), Atilio Vega e Darcy Cruz.
 
Bruno Barattino, Santiago Marban e Duilio Rossi Filho (Kim)
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Paulo Otero Cisne, Nazir Nehemy Junior, Marcos Troncon (todos de São Paulo) e Bruno Barattino.
Bruno Barattino e Geraldo Yoshizawa (Pará)
 
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Prefeito Carlos Alberto Lopes
 
Competição na modalidade Kart nos dias de hoje

Barattino narra também os desafios enfrentados, como a construção dos primeiros karts, os obstáculos para a viabilização da pista, a formação dos pilotos, o cenário competitivo da época, e, por fim, os motivos que levaram ao fim do kartismo em Mogi - ainda que a modalidade tenha seguido firme em outros lugares.

“O kartismo sempre foi e sempre será a porta de entrada para o automobilismo esportivo”, afirma o autor, destacando a importância do esporte como formador de pilotos e cidadãos.

No lançamento, o livro foi vendido com renda destinada à Rede de Combate ao Câncer “Guiomar Pinheiro Franco”, de Mogi das Cruzes. Os interessados em adquirir a publicação podem entrar em contato diretamente com Bruno Barattino (11 98438-5094). O valor é R$ 89,00.

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Marmitas - Andrea Lanzillotti - Divulgação WEB.jpg
Marmitas - Patrícia Alves de Souza - Divulgação WEB.jpg
Marmitas - Patrícia Souza - Divulgação WEB.jpg
Andrea Vassiliadis
Lanzillotti
Patricia Alves
de Sousa

Marmitas saudáveis ganham espaço e
viram tendência

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Áudio completo da Coluna Comportamento
00:00 / 02:59

Para unir sabor, praticidade e qualidade nutricional, cada vez mais os consumidores mudam os hábitos alimentares e apostam em refeições prontas, saudáveis e equilibradas. A tendência, que ganhou força na pandemia, se consolidou e hoje faz parte da rotina de quem busca alimentação balanceada, mas não dispõe de tempo de ir ao supermercado, escolher produtos e cozinhar.

Em Mogi das Cruzes, a Marmitaria Sabor da Terra, comandada por Andrea Vassiliadis Lanzillotti ao lado da mãe, Eliade Vassiliadis, é exemplo desse movimento. Nutricionista, Andrea percebeu durante o período de isolamento social, em 2020, a necessidade de oferecer refeições que atendessem a diferentes perfis de clientes: desde pessoas em processo de emagrecimento até praticantes de atividade física, além de quem possui restrições alimentares.

“A marmita surgiu da necessidade de praticidade aliada à saúde. E hoje, as pessoas buscam refeições equilibradas, com quantidades adequadas de proteínas, carboidratos e gorduras boas, sem abrir mão do sabor. Os clientes mantêm o freezer abastecido e, ao finalizar o combo semanal ou mensal, voltam a comprar”, reforça Andrea, contando que atende cerca de 100 pedidos por semana.

Outra história de sucesso neste mercado é a da Paty Marmitas Fit, criada por Patrícia Alves de Sousa, que começou o negócio de forma despretensiosa, ao preparar marmitas para a própria semana. “O pessoal da academia via meus status e pedia para dar dicas e fazer para eles. Comecei a montar os cardápios e vender nas academias e hoje atendo todo o Alto Tietê”, conta.

Cerca de 300 marmitas são preparadas por mês, com temperos naturais e de forma caseira, com cardápios fit, low carb e vegetariano, para atender de forma personalizada os objetivos dos clientes.

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CID TORQUATO
CID TORQUATO #12.png

A inclusão digital é de interesse de todos

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Áudio completo da Coluna Cid Torquato
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Cid Torquato
é mogiano, advogado e embaixador do ICOM - Plataforma de Intermediação em Língua de Sinais. Foi secretário municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo e secretário adjunto de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Também atua como coordenador do Núcleo de Inovação em Acessibilidade do InovaUSP e CEO do Prêmio WSA Brasil!

11 de março representa uma data emblemática, pois marca o lançamento da Norma Brasileira de Acessibilidade Digital em Sites, a ABNT NBR 17.225!

A inclusão digital é de interesse de todos, mas, para as pessoas com deficiência, ganha relevância ainda maior à medida que representam ferramental absolutamente necessário para minimizar potenciais limitações e maximizar habilidades e competências!

Senadora Mara Gabrilli
Deputado Marcos Damásio
Vereador Fabio Riva
Vereador de Suzano Artur Takayama
Vereador de Mogi Johnny da Inclusão

A senadora Mara Gabrilli, o deputado Marcos Damasio, os vereadores Fabio Riva (São Paulo), Artur Takayama (Suzano) e Johnny da Inclusão (Mogi das Cruzes) foram os primeiros legisladores a apresentar projetos de lei criando o Dia da Acessibilidade Digital nos planos nacional, estadual e municipais!

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Procurando uma mensagem de impacto para transmitir aos amigos, lembrei-me do grande astrólogo Omar Cardoso e seu emblemático programa de rádio nos anos 70!

Para mim, entrando na adolescência, o mais marcante era o mantra que ele repetia incansavelmente, um sem-número de vezes, antes de começar com os signos e as cartas das ouvintes!

TODOS OS DIAS, SOB TODOS OS PONTOS DE VISTA, VOU CADA VEZ MELHOR!

Repetido N vezes, diz a neurolinguística, esse pensamento positivista é absorvido pelo coração e pela mente, enchendo as pessoas de energia positiva, como naquelas inocentes manhãs 50 anos atrás!

Incorporei o ensinamento em meu repertório e sempre que o nível de energia baixa, recorro a ele, com a certeza de que é melhor ser alegre do que ser triste e, consequentemente, é melhor ser otimista do que pessimista!

Repita! Reflita! Energize-se! E compartilhe!

TODOS OS DIAS, SOB TODOS OS PONTOS DE VISTA, VOU CADA VEZ MELHOR!

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Chico Ornellas
Cenário da cidade em 1929 - Igreja Matriz de Santana
Cenário da cidade em 1929 - Igreja Matriz de Santana

Um passeio por Mogi
de 1929

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Áudio da Coluna Chico Ornellas
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Isto é um convite. Não lhe exige traje formal e não lhe impõe horário. Pede-lhe apenas alguns minutos de tranquilidade. Cerre os olhos por alguns segundos ao final desta frase e imagine-se voltando no tempo, retrocedendo 96 anos.

 

Vamos passear por nossa Cidade? Estamos no dia 14 de julho de 1929. É um domingo. Você acordou pouco mais tarde que o convencional. Espreguiçou. O café foi rápido, logo depois de apanhar o jornal do dia. O de Mogi chamava-se “Folha do Povo” e, nesse dia, comemorava o seu primeiro ano de circulação. Por isso, tinha uma edição especial de 16 páginas. O exemplar que serviu de base para este texto foi-nos enviado pelo advogado Francisco José Witzel.

 

Mogi das Cruzes, nessa época, não chegava a ter 20 mil habitantes; mas tinha, ainda assim, uma vida cultural intensa. Chegava a apresentar, a cada ano, 12 óperas, 5 concertos, 26 espetáculos diversos e 598 sessões cinematográficas. Por aí foi iniciada a abertura do trecho Mogi-Jacareí da estrada de rodagem entre São Paulo e Rio de Janeiro. Eleito prefeito em 1921, o médico Deodato Wertheimer hospedou, no mesmo ano, Washington Luiz Pereira de Souza em sua casa. O “paulista de Macaé” que em seguida seria eleito presidente da República e para quem “governar era abrir estradas”, acabou firmando uma grande amizade com Deodato Wertheimer a partir dos contatos políticos que celebraram nessa época.

 

Há pouco havia sido demolido um dos mais antigos prédios que a cidade tinha: as antigas instalações do Convento do Carmo, construídas no século 18, vieram abaixo para dar lugar ao edifício que está hoje na Rua São João. A cidade ainda se recordava da briga de operários que acabou com um morto e muitos feridos no bairro do Botujuru e do tremor de terra que acordou toda a população local. Também não tivera tempo para esquecer que o médico Deodato Wertheimer havia operado Marciano Papudo, uma figura folclórica que vivia na cidade. Extraiu-lhe o papo.

Residência de Carlos Alberto Lopes na Rua Afonso Pena
Residência de Carlos Alberto Lopes na Rua Afonso Pena

Nessa época a imprensa local insurgia-se contra aquelas que chamava de “decaídas” e habitavam a Rua Barão de Jaceguai, no trecho próximo ao Jardim Público, considerado pedaço impróprio da Cidade para a frequência de “gente de família”. Havia pouco, Mogi perdera frei Brocardo de Viliéger (tinha 46 anos de idade) e inaugurara, na Praça Oswaldo Cruz, recentemente reurbanizada, a primeira bomba de gasolina da cidade. Antes dela, os 100 automóveis que então havia por aqui eram abastecidos por latas de gasolina vendidas nos armazéns locais.

 

No setor automobilístico, cinco mogianos realizam uma façanha: Carlos Alberto Lopes, Zoé Arouche de Toledo, Epaminondas Freire, João Cardoso Pereira e Benedito Moacyr Lopes empreenderam a primeira viagem de carro até o Rio de Janeiro. Cobriram o percurso de ida em 26 horas. Mas, autorizados pelo governo, voltaram pela nova estrada, ainda em obras e demoraram “apenas” 11 horas.

 

Pois foi nessa Cidade que a edição de 14 de julho de 1929 da “Folha do Povo” anunciava fatos interessantes. Como editais de leilão de imóveis, contestação de cobrança de promissória já paga e atos do então prefeito Carlos Alberto Lopes. O prefeito anunciava, por exemplo, que as obras de calçamento das ruas passariam a ter a colaboração de proprietários de imóveis nelas localizados, à razão de 60 mil réis por metro de testada, pagos ao longo de 8 anos em 16 prestações semestrais. Quem pagasse à vista teria desconto de 20%. Nesse mesmo dia, o mesmo prefeito informava que os automóveis de aluguel pagariam, para a Prefeitura, taxa anual de 50 mil réis.

Casa de bonecas mandada construir por Carlos Alberto Lopes
Casa de bonecas mandada construir por Carlos Alberto Lopes

No pedaço de anúncios imobiliários, comunicava-se a venda, “por motivo de doença em família”, de 5 lotes de terrenos na Rua 13 de Maio (atual Deodato Wertheimer), por 700 mil réis cada um. E, também, “um magnífico sobrado novo, de stylo moderno, com 8 accommodações, cosinha, jardim de frente e grande quintal fechado. É negócio de ocasião e proprio para familia de tratamento”.

 

O jornal ainda anunciou, em sua edição especial, o resultado da apuração de votos para o concurso que elegeria as moças mais bonitas da cidade. Foram votadas, em ordem decrescente: Helena Ferraz, Regina Fernandes, Eunice Fonseca, Bebé Magnolia, Biluta Muniz, Elvira Milk, Doracy Gonçalves, Nilza Pinto de Almeida, Gessy G. Leite, Yolanda Alves, Albina Cardoso, Maria do Socorro, Adelaide do Carmo, Zuleika Ferreira, Clarice do Carmo, Amelia Jorge Assef, Ondina Santos e Cecília Campos.

 

Também encontrou espaço para divulgar fotos das obras do Matadouro Municipal, em Braz Cubas; da nova sede da Associação Comercial, na atual Avenida Fernando Pinheiro Franco e do posto médico instalado pelo dr. Deodato Wertheimer na Rua José Bonifácio.

 

Outro destaque foi para o resultado de um concurso literário envolvendo crianças de Mogi das Cruzes. A foto mostra Alba Lucia Costa, Aurora Urizze e Alice Costa – sentadas. Mais: Regina Fernandes (organizadora do concurso), Milton Aragão, José Pires, Carlos Pires, Oswaldo Barroso, Ivan Arouche de Toledo, Francisco Pires, Benedicto de Oliveira Mello, Synesio Siqueira e Expedito A. de Castro.

Carlos Alberto Lopes (à direita) com o governador Adhemar de Barros
Carlos Alberto Lopes (à direita) com o
governador Adhemar de Barros

Nesta Cidade de 96 anos atrás, figura curiosa era o prefeito. O imigrante português franzino que chegara a Mogi das Cruzes após rápida passagem, como auxiliar de topógrafo, pelas obras da Adutora da Cantareira, em São Paulo, era uma pessoa especial. Quem o conheceu tinha-o como um gentleman, incapaz de uma indelicadeza. Dedicou-se, em Mogi das Cruzes, à construção civil. Sob sua coordenação, ergueram-se os prédios dos antigos cines Urupema e Avenida; a primeira sede do Clube de Campo e mais de mil residências.

 

Foi esse imigrante português franzino, Carlos Alberto Lopes, que ingressou na política em 1927. Elegeu-se vereador em um ano, vice-prefeito no ano seguinte; mais um e assumiu a Prefeitura. Deu início então à atuação política de toda a família, que marcaria para sempre a história da Cidade. Além dele próprio, um irmão (Chico Lopes) também foi prefeito; assim como um sobrinho (Nenê Lopes). Cunhados, sobrinhos e aparentados acabaram igualmente incursionando pela política, mantendo uma hegemonia de 40 anos, que só seria desafiada no final da década de 60.

 

Carlos Alberto Lopes ocupou a Prefeitura de Mogi das Cruzes por quatro vezes. Não é difícil traçar seu perfil para os que não tiveram o privilégio de conhecê-lo: Carlos Alberto Lopes, o seo Carlos como o tratavam, morou a maior parte de sua vida de quase 90 anos na residência que ele próprio construiu, uma chácara que ocupava todo um quarteirão na Rua Afonso Pena. Um detalhe da casa é emblemático da personalidade do seu morador: para o lazer de sua filha Nanci ele mandou construir uma casa de bonecas.

 

Com todos os detalhes: havia varanda, sala de estar, cozinha, quarto, banheiro e lavanderia. Em cada um dos cômodos, mobília em tamanho reduzido, incluindo fogão, banheira, armários, poltronas e camas. No quintal, uma piscina onde seo Carlos praticava natação toda manhã. Em uma manhã, já com 83 anos de idade, seo Carlos foi nadar. Aproveitou para inspecionar o poço da chácara. Caiu. Ficou, o senhor de 83 anos, no fundo do poço a gritar por socorro. Como ninguém o atendesse, acabou ele escalando a corda do poço para safar-se do imprevisto.

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A voz que protege a
liberdade e a democracia

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Áudio completo da Coluna Opinião
00:00 / 02:15

Marcelo Eduardo Inocêncio
é advogado especialista em Direito Criminal e presidente da 17ª Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mogi das Cruzes

O escritor e ex-presidente da Subseção de Camanducaia da OAB/Minas Gerais, Sérgio Francisco Furquim, resume em uma de suas reflexões a essência da profissão: “O advogado é o guardião do cidadão para que a Justiça não cometa injustiça". 

Neste mês dos advogados, em que se celebra a instalação dos cursos jurídicos no Brasil, vale refletir sobre o papel desse profissional como defensor dos interesses do cidadão e sobre os desafios de manter viva, em tempos turbulentos, a bandeira do respeito às garantias profissionais. No ambiente jurídico, é fácil compreender - quando há boa-fé intelectual - a importância dessas garantias. Fora dele, no entanto, nem sempre se percebe o quanto elas são vitais para a proteção de todos.

Hoje, infelizmente, vemos crescer o número de autoridades que, sob o pretexto de proteger a democracia e a soberania, proclamam virtudes e anunciam iniciativas que soam nobres no discurso, mas que, na prática, corroem princípios básicos do direito. Ao limitar o exercício da ampla defesa e do contraditório, essas ações não fortalecem o sistema de justiça - antes, o enfraquecem, abrindo caminho para arbitrariedades e para a erosão silenciosa das liberdades.

Diante de reiterados atos que violam essas prerrogativas, é preciso lembrar: o advogado é a voz de quem já não pode falar. É ele quem se interpõe entre o cidadão e a força do poder, defendendo direitos muitas vezes esquecidos ou esmagados. Sua missão vai além da técnica - é intérprete da justiça, tradutor da dor alheia em argumentos e provas, e mensageiro da verdade diante das autoridades. Sem a advocacia, o indivíduo fica vulnerável às arbitrariedades e ao abuso de poder.

Retirar do advogado os instrumentos de defesa ou cercear o devido processo legal é atingir em cheio a democracia. Proteger a atuação livre e plena da advocacia é, em última análise, proteger a todos nós.

 

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Atualizado em 20/08/2025

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